Dangerous Love - Capítulo 1


- Vamos Madison! – O conselheiro tutelar me chamava no andar debaixo da casa. – Você vai se atrasar!
- Já estou indo! – Gritei de volta.

Dei uma última olhada no meu quarto e desci as escadas.

- O voo sai em meia hora. Temos que ser rápidos. – Disse e eu bufei.

Entramos em um carro preto e o motorista logo deu partida. O caminho de casa para o aeroporto era curto e eu dei graças a Deus mentalmente por isso. 

Não estava preparada para começar uma vida nova ao lado da minha tia no Canadá, mas era preciso. Depois que meus pais morreram ela foi a única pessoa mais próxima da família que sobrou. 

Assim que entramos no prédio, fizemos o check-in e fomos até o avião.

[...]

Finalmente chegamos ao nosso destino, até aquele momento não havia achado nada de interessante e nem esperava achar. Mark, o conselheiro, foi fazer algo que eu não entendi muito bem e eu aproveitei para ir a uma banca de jornal que tinha dentro do aeroporto. Vi algumas revistas de famosos, revistas de fofocas, e resolvi comprar um gibi para passar o tempo. Paguei pelo gibi e voltei para onde estava e esperei por Mark que logo apareceu com um lanche. Comi tudo com satisfação e depois pegamos um táxi para ir à minha nova casa.

- Está contente? – Perguntou sorrindo.
- Não. – Dei ombros.
- São pessoas legais, Madison. Anime-se! – Sorri forçadamente e revirei os olhos.

Uns 30 minutos depois o motorista parou em frente a uma casa, ou melhor, uma mansão. Eu fiquei completamente deslumbrada com aquela visão, parecia que eu estava em um filme, a casa era perfeita, tirando o fato de ter vários homens de preto na frente - eles deviam ser os seguranças -.

Desci do carro, andei em direção a casa e toquei a campainha, Mark veio logo depois. Poucos segundos depois um garoto atendeu a porta, ele era bem bonito e pra completar estava sem camisa, acho que era o meu primo.

- O que vocês querem? – Perguntou me olhando de baixo para cima.
- Essa é a casa da Pattie Mallette? – Perguntei tentando não olhar para o seu abdômen.
- É sim, por quê? – Cruzou os braços.
- É que eu sou a sobrinha dela e você deve ser o Justin, certo? – Franzi o cenho.
- Acho que sim. – Relaxou os braços. – Vou chamar ela. – Disse por fim e saiu.

Uma mulher de cabelos negros e olhos verdes logo apareceu na porta.

- Madison! – Me abraçou. – Há quanto tempo!
- Eu era bem pequena quando vim aqui. Nem me lembrava da casa. – Disse me soltando do abraço.
- Pois agora vai ter bastante tempo pra lembrar. – Sorriu. – Vamos, entre! – Assenti e entrei.

Enquanto conversávamos, Mark deixou as malas na casa e foi embora.

- Eu sinto muito pelos seus pais. – Abaixou a cabeça. – Você não sabe o quanto eu sofri quando soube que minha irmã havia morrido. – Disse e eu respirei fundo.
- Eu amava tanto eles e não está sendo muito fácil esquecer. – Senti uma lágrima rolar.
- Mas você tem que seguir em frente. – A encarei e ela sorriu abertamente. Ouvi passos na escada e por curiosidade olhei para lá, era o Justin. – Justin, essa aqui é sua prima Madison. – Pattie disse contente.
- Eu sei. – Respondeu e foi em direção à cozinha sem nem me olhar.
- Não liga pra ele. – Sorriu.
- Tudo bem. – Sorri de volta. – Será que eu posso ir para o meu quarto? Estou cansada.
- Claro meu bem. É só subir as escadas e entrar na segunda porta a direita.
- Obrigada. – Sorri e peguei minha mala onde estavam minhas roupas.

Subi aquela gigante escada e entrei no meu novo quarto. Ele era enorme. Suas paredes eram roxas e brancas e havia um imenso closet. Sorri com todo aquele luxo e me joguei naquele colchão macio.

[...]

Acordei com várias vozes e me levantei para tomar um banho. Meu banheiro também era enorme, tinha até uma banheira, mas resolvi tomar banho no chuveiro por preguiça de encher a banheira. Assim que terminei o banho, arrumei minhas roupas no closet e separei um short jeans curto com uma regata branca. Ajeitei meu cabelo, me vesti e desci para ver quem eram as pessoas, mas não havia ninguém na sala, então subi novamente e andei até uma porta que estava fechada. Abri lentamente a porta encontrando vários garotos.

- Oi gente. – Disse assim que vi que todos eles me olhavam.
- Oi princesa. – Um garoto de cabelos pretos e de pele branca respondeu enquanto os outros me olhavam de cima para baixo.
- O que você tá fazendo aqui? – Perguntou Justin.
- Só dei uma passadinha pra dizer oi. – Sorri.
- Vai embora daqui garota! Ninguém te chamou! – Respondeu grosseiramente e senti meus olhos marejarem.
- Desculpa. – Enxuguei uma lágrima que desceu e fechei a porta.

Ele não precisava ter falado daquele jeito, bastava dizer que eu não podia ficar ali. Entrei no meu quarto e me joguei na cama chorando. Parece que quando você está triste, todos os pensamentos ruins aparecem para piorar a situação. Eu me lembrei dos meus pais, me lembrei dos meus avós e fiquei pensando no modo que o Justin tinha falado comigo.

Sim, eu sou uma garota fraca, choro por tudo, mas eu tinha que parar com isso. Levantei como se nada tivesse acontecido e fui no banheiro para lavar o meu rosto. Desci as escadas e encontrei todos eles sentados no sofá, eles olharam para mim, inclusive o Justin, mas eu passei direto sem os olhar e fui para cozinha.

Estava comendo um hambúrger quando o garoto de cabelos pretos e de pele branca chegou e sentou na minha frente.

- O Justin é um idiota, não liga pra ele. – O encarei e ele sorriu.
- Quem é você? – Perguntei.
- Sou Charles, mas prefiro que me chame de Chaz. – Estendeu a mão e eu o cumprimentei.
- Sou Madison e não tenho apelido. – Ele riu.
- Você é o que do Justin? – Arqueou a sobrancelha.
- Sou prima. Infelizmente. – Dei uma mordida no hambúrger. – Quer? – Ofereci para ele.
- Não, obrigado. – Dei ombros e continuei comendo. – Quantos anos você tem Madison? – Perguntou me encarando.
- Tenho 17 e você? – Olhei pra ele.
- Também. – Sorriu.
- Você é amigo do Justin?
- Quase irmão. Eu cresci com ele. – Disse e eu ri.

De repente Justin apareceu na cozinha.

- Para de conversinhas Chaz, você tem coisas melhores pra fazer. – Falou fazendo Chaz ir pra sala.
- Idiota. – Sussurrei.
- O que você disse? – Ele estava indo embora, mas acho que escutou o que eu disse, porque ele parou e me encarou incrédulo.
- Eu disse que você é idiota. – Me levantei séria.
- Você não sabe com quem está se metendo, vadia. – Trincou os dentes.
- Nem você seu doente e eu não sou uma vadia, vagabundo! – Gritei.
- Cala a boca sua puta! – Gritou mais alto.
- Cala você, viado! – Ele veio na minha direção para me bater, mas Chaz logo apareceu e o segurou.
- Que isso cara, ela é sua prima. – Chaz segurava o seu braço.
- Foda-se! Me solta Chaz! Essa vadia tem que aprender a me respeitar. – Tentava se soltar.
- Não cara, não vou te soltar até você parar. – Justin puxava o braço, mas não dava certo.
- Tá, me solta, não vou perder tempo com essa garota. – Chaz o soltou e ele foi pra sala bufando.
- Por que ele me odeia? Eu cheguei hoje e ele me trata assim. – Sentei completamente triste.
- O justin é esquentando assim mesmo, não liga.
- Vou tentar não ligar. – Sorri. – Valeu Chaz.
- Não há de que. – Sorriu de volta.
- Vou subir um pouco. – Suspirei.
- Tá bom.
- Adeus. – Acenei para ele e ele apenas sorriu assentindo e eu subi em direção ao meu quarto.


Continua...



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